quarta-feira, 11 de março de 2015

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

MST homenageia Cícero Guedes na 4° Feira da Reforma Agrária do RJ

Da Página do MST

Nos próximos dias 9 e 10 de dezembro, o MST realizará a quarta edição da Feira Estadual da Reforma Agrária no Rio de Janeiro. O evento acontece no Largo da Carioca, região central da cidade.

Uma grande tenda receberá cerca de 100 camponeses e camponesas, que trarão os frutos da luta pela terra para o centro da cidade.

Este ano a feira recebe o nome de Cícero Guedes, militante do MST assassinado em janeiro, no município de Campos dos Goytacazes. Cícero era referência na produção de alimentos saudáveis, e foi o grande idealizador da feira.
Em uma de suas últimas entrevistas, Cícero falou sobre o significado da feira: “É de grande importância para dialogarmos com a sociedade, mostrar os produtos da reforma agrária e falar com a população sobre o que significa essa luta.”

Veja fotos da última feira


A expectativa é de que sejam comercializadas 25 toneladas de produtos, entre frutas, legumes e verduras in natura, produtos processados, fitoterápicos, mudas, receitas caseiras e camisetas.
Quatro cooperativas do MST estarão presentes, além dos camponeses e camponesas vindos de acampamentos e assentamentos das regiões norte e sul do estado, da baixada fluminense e da região dos lagos.

Além do MST, participam da feira agricultores ligados à Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro e ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida também estará presente para dialogar com os visitantes sobre os motivos que levam nosso país a ser maior consumidor de agrotóxicos do mundo.

A feira conta ainda com apoio do Sindipetro-RJ, do jornal Brasil de Fato e da editora Expressão Popular.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Congresso Brasileiro de Agroecologia coloca o desafio de avançar até 2015

Por Najar Tubino
Da Carta Maior



No último dia do evento foram discutidas as políticas públicas, com a presença do secretário de agricultura familiar do MDA, Valter Bianchini e de Selvino Heck, da Comissão Nacional de Agroecologia, e que coordenou o Planapo, do lado do governo federal. Além dos dois, Paulo Petersen, pela Associação Brasileira de Agroecologia(ABA), o braço científico do movimento, e Cláudia Schmitt, da UFRJ, ativista da causa e do movimento sindical.
O desafio de avançar, ressalta Petersen, é porque a conquista de um plano governamental de agroecologia necessariamente tem que evoluir. Os recursos, considerando os R$8,8 bilhões do total são pequenos comparados aos R$157 bilhões do crédito agrícola das lavouras comerciais. Mas até 2015, a primeira etapa do Planapo com verbas destinadas em vários programas tem que dar certo. Ou seja, as redes agroecológicas precisam assumir, ou como se diz hoje em dia, “se apropriar” do plano. Ele traçou um histórico da construção do Planapo, e o ambiente para aprovação não era nada favorável.

Não dentro do governo, onde alguns setores são identificados com o agronegócio. Mas a pressão externa, das entidades, como a CNA, a mídia tradicional que faz a sustentação do agronegócio, todos torcem contra o andamento do Planapo. A agroecologia é um movimento de construção social do campo, ressaltam os palestrantes, inclusive de dois outros painéis que assisti – um sobre transgênicos e agrotóxicos e outro sobre um novo modelo para a economia.

ECOFORTE a construção de redes

Valter Bianchini, que também tem um histórico de participação nos movimentos da agricultura familiar e da agroecologia expôs alguns números importantes: em 10 anos de Pronaf foram investidos R$40 bilhões, e o governo federal têm quatro milhões de agricultores familiares cadastrados, além de três mil cooperativas. Não é pouca coisa. Principalmente, porque um dos eixos do Planapo é um programa chamado ECOFORTE, que conta com uma verba de R$175 milhões para a organização de redes de agricultores e agricultoras, extrativistas, cooperativas, grupos produtivos, ou seja, toda forma de organização social que tenha ligação com o tema. Inclusive no Congresso foi realizada uma oficina sobre o ECOFORTE.

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Bianchini destaca ainda: 1.733 municípios com produção agroecológica no Programa Nacional da Merenda Escolar, sendo 35% de mulheres. Em 2014, será o ano da agricultura familiar, também o ano da Copa Orgânica, onde as redes de produção, comercialização e divulgação terão espaço para divulgar a agroecologia. É um compromisso do governo federal. Aliás, o MDA contribuiu financeiramente para a realização do Congresso. Petersen também destaca a chamada da presidenta Dilma Rousseff para os grupos que fazem parte da Articulação Nacional de Agroecologia na elaboração do Planapo. “Foi uma decisão inédita e nós precisamos divulgar”, disse ele.

Novo marco para uso do dinheiro público

Dois outros dados importantes: até o ano que vem 1.500 extensionistas treinados nos sistemas agroecológicos irão a campo, para prestar assistência pela rede ATER, de 75 mil famílias. Outros 37 mil técnicos serão formados no Pronatec. Iniciativas que serão implantadas nos próximos dois anos  e contarão com a participação da sociedade civil, porque metade dos 28 membros da Comissão Nacional de Agroecologia é formada por entidades do setor. Aliás, no dia 9 de dezembro, o governo federal deverá anunciar o novo marco regulatório para a participação social, que define as regras de uso de dinheiro público por entidades representativas da sociedade.

Gervásio Paulus, diretor técnico da Emater-RS considera o debate realizado nos quatro dias do Congresso mais um passo no sentido de implantar um novo modelo econômico no campo. A própria forma de organização do evento levou em conta a discussão com inúmeros grupos articulados, como é o caso da REGA (Rede de Grupos Ecológicos), reúne o pessoal mais informal do movimento, que ficaram acampados no Clube Farrapos, dos oficiais da Brigada Militar – 300 barracas, envolvendo 500 pessoas. Sem incidentes.

Leonardo Melgarejo, do núcleo de pesquisas do MDA, membro da CNTbio, é um especialista em transgênicos. Enfrenta a maioria da Comissão totalmente favorável à liberação de sementes, inclusive as próximas com o 2,4-D. Fala da batalha na audiência do dia 12 de dezembro em Brasília. Apresenta o professor Paulo Kageyama, da USP, um dos poucos pesquisadores críticos da transgenia, que já fez parte da CNTbio.”

“No dia 12 o debate será em alto nível, inclusive com a participação da senadora Kátia Abreu e do diretor da Dow Sciences para a América Latina. Nós convidamos, além do professor Kageyama , o Pablo, um filósofo também da USP, especialista em ética da ciência”.

Os transgênicos também estarão no debate, dia 3 de dezembro, no Conselho Nacional de Soberania Alimentar. Melgarejo é um articulador. Chama outros interessados na questão, no estande da Associação Gaúcha de Proteção do Meio Ambiente (AGAPAN), o pesquisador uruguaio Pablo Galeano. Ele integra um grupo que está analisando milho transgênico nos limites estabelecidos por lei – caso do Uruguai 250 metros -, para não haver contaminação de pólen, com as lavouras convencionais ou mesmo agroecológicas.
A pesquisa acontece no sul do Uruguai. Eles constataram cruzamento das espécies transgênicas e convencionais a 320 metros e depois em outra situação a mais de um quilômetro. No Brasil o limite preconizado é de 90 metros, entre lavouras.

Propriedade privada da semente
Como comenta João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST: a última inovação do capitalismo no campo é a propriedade privada da semente, um ser natural. Isso um tribunal estadunidense concedeu à Monsanto alguns anos atrás. Por isso, todas as sementes são patenteadas.
O argumento que eles usaram: a alteração genética realizada na semente é a razão da patente. Ou seja, um pedaço da semente frankestein. As mudanças incentivada pelo capitalismo industrial, que agora se torna financeiro, aliada com os proprietários de terra, sempre com a colaboração da mídia – faz parte da classe dominante -, continua João Pedro, estabelece novas relações sociais no campo. Tudo para justificar o agronegócio como a única forma possível de produzir alimentos no campo. Muito embora a comida seja responsabilidade da agricultura familiar e camponesa.

No Brasil as importações de feijão e arroz têm aumentado nos últimos anos – chegou a 440 mil em 2012, no caso do feijão e a um milhão de toneladas, no caso do arroz. Mais expressivo é que a produção desses dois alimentos tem se estabilizado. Sem contar o trigo – o Brasil importa seis milhões de toneladas, quase 60% do consumo. Algum dia, na época da ditadura, um tecnocrata decidiu que o país não tinha condições de produzir trigo, que era mais barato importar. Então vamos produzir quase 90 milhões de toneladas de soja. E dependemos de trigo importado para massas, biscoitos e pães.

Foram quatro dias discutindo um novo modelo de produção, de construção e convivência social, onde cerca de quatro mil pessoas, de todos os estados e de alguns países, apresentaram seus argumentos. O conhecimento foi discutido e retransmitido. As redes se fortaleceram e a missão de avançar continua. A agroecologia, como disse Paulo Petersen, é subversiva, é construída de baixo, localmente, depois vai se enraizando e se elevando. Por este motivo, que os batedores acadêmicos do agronegócio estão destilando veneno por todo lado em artigos na mídia conservadora, que sempre fundamentou as suas ações, mesmo que em alguns momentos, tenha que alertar a população urbana, para a contaminação de agrotóxicos nos alimentos.

Fonte:
http://www.mst.org.br/node/1549


domingo, 24 de novembro de 2013

Via Campesina participa do 8° Congresso de Agroecologia, no RS

22 de novembro de 2013
Da Página do MST 


Na próxima segunda-feira (25) começa o 8° Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), em Porto Alegre (RS). Ao todo, espera-se que mais de 3.500 pessoas participem da atividade, que vai até o dia 28/11. O encontro acontece no campus da PUC.

A Via Campesina, organização que integra diversos movimentos sociais do campo, estará participando com cerca de 250 agricultores, inclusive com atividades organizadas pela própria organização dentro da programação oficial (veja programação completa abaixo).

No dia 26, por exemplo, a Via Campesina organiza uma tertúlia sobre soberania alimentar, às 14h. Já no dia seguinte, às 8h30, João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, é um dos convidados para falar sobre o tema: É possível pensar em mudança paradigmática na economia? 

E no dia 28, o professor da Unicamp, Carlos Rodrigues Brandão, administra o seminário Educação e Transformação no Campo.
Leonardo Boff é quem realiza a palestra de abertura do congresso no dia 25 com Agroecologia: cuidando da saúde do planeta, que ainda conta com as presenças do governador Tarso Genro e do ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário.

De volta a Porto Alegre

O Congresso Brasileiro de Agroecologia é o maior encontro do setor e está de volta a Porto Alegre, onde ocorreu o primeiro congresso em 2003, depois de fazer um rodízio pelo país – passou por Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Ceará.

Vários outros países também participam do encontro como Estados Unidos, França, Espanha, México, Argentina e Equador.

Entre os painelistas conhecidos mundialmente estão Miguel Altieri, da Universidade de Berkeley, Califórnia, Eduardo Sevilla Gusmán e Manuel Gonzales Navarro, da Espanha, além de Claire Lamine, da França.

Leia mais:MST realiza 2ª Semana de Cultura, Lazer e Reforma Agrária no povoado Ouricuri
Para intelectual, a luta contra o agronegócio tem que ser internacional

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Caravana do Apodi visita acampamento Edivan Pinto, símbolo de resistência ao projeto de irrigação do DNOCS

Mesa com representantes dos movimentos sociais e o líder do MST, João Stédile | Foto: Darcy Lima
Com o céu ainda riscado do crepúsculo, as cinco rotas da Caravana Agroecológica e Cultural da Chapada do Apodi chega ao acampamento Edivan Pinto, em Apodi (RN), o maior do Brasil. O ato contou com a presença do líder do MST Nacional, João Pedro Stédile, além de visitantes locais, agricultores e agricultoras de comunidades vizinhas e integrantes dos movimentos sociais. Os participantes do ato foram recebidos por uma mística, que envolveu integrantes de todos os estados do Nordeste. Simbolicamente, eles plantaram uma muda no centro do acampamento. Em seguida, foi realizada uma mesa com o secretário executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Denis Monteiro, o líder do MST, João Pedro Stédile, e uma representante do movimento feminista, Francisca (Tica).
Denis Monteiro enfatizou o modelo sustentável da agroecologia. Nas suas palavras: “é uma proposta de fortalecimento de agricultura familiar. Não se constrói agroecologia sem uma agricultura familiar numerosa, forte e com liberdade. Por isso, a construção da agroecologia pressupõe tá junto da luta, que são todas as lutas das emancipações. Não se faz agroecologia sem reforma agrária, não se faz agroecologia sem garantir que os povos tenham liberdade nos territórios para trabalhar, para desenvolver as suas práticas. A construção alternativa agroecológica se faz também com o enfrentamento dos grandes projetos do agronegócio”.
Mesa com representantes dos movimentos sociais e o líder do MST, João Stédile .

Na fala de João Pedro Stédile ouvimos o importante apoio de solidariedade e indagações sobre o projeto de irrigação implementado pelo DNOCS na região. “Já venho acompanhando com tempo o problema do projeto de irrigação do Apodi e aceitei de bom grado essa oportunidade de nos conhecermos. E a luta que eu tô encontrando aqui é muito importante! Venho lá do Sul, como disse o companheiro, não só para trazer a solidariedade a vocês, mas dizer que nós estamos juntos para o que der e vier. E a luta que vocês estão travando aqui é uma batalha decisiva para nós termos força como classe trabalhadora do Brasil, para enfrentar o agronegócio, sua forma de hidronegócio, que usa o dinheiro público de todo povo para fazer esses mega projetos de canalização da água, que depois se transformam apenas em lucro a  custo da saúde das pessoas e da destruição do meio ambiente, para exportar meia dúzia de banana e meia dúzia de melão. Portanto, a vitória de vocês, é a vitória dos camponeses brasileiros. A derrota de vocês seria a derrota de todos nós do Brasil”, disse Stédile.
Por Janaina Henrique dos Santos
Apodi (RN)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

MST REALIZA DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS PARA FAMÍLIAS CARENTES NO RIO GRANDE DO NORTE


Por: Hildebrando Silva de Andrade
          
Assentamentos do estado do Rio Grande do Norte desenvolvem diversas experiências de agro ecologia com suas plantações de frutas e hortaliças orgânicas. Este alimente serve alem de alimentar as famílias assentadas ajuda a melhorar a procura nas feiras livres e reforças na merenda escolar de crianças e jovens. Nesta terça feira 13/11/12 foi realizada uma distribuição de 30.000 (trinta mil) quilos de alimentos para as famílias carentes do município de Ceará Mirim.
            Neste sentido estamos realizando essa atividade de doação de alimentos produzidos pelas famílias assentadas do MST na região de Ceará- Mirim. Produtos que são produzidos sem agrotóxicos, afim, de garantir uma alimentação saudável a todos! E assim divulgar a produção dos assentamentos mostrando que somos capazes de produzir alimentos de qualidade.
            Esta atividade é uma demanda da jornada de lutas da juventude no estado, que contou com a participação dos assentados do Projeto de Assentamento Rosário que fez toda a doação dos alimentos. Os produtos distribuídos são cultivados pelos próprios assentados que vai desde abobora, melancia, banana, batata e raiz de macaxeira, entre vários outros produtos produzidos no assentamento.
            Novembro será um mês de muitas lutas, onde relembramos e buscamos fortalecer valores que acreditamos serem fundamentais na construção de uma nova sociedade. Mês dos sem terrinhas e da soberania alimentar e também é o mês que com especial dedicação lembramos e procuramos colocar em prática, a solidariedade incondicional com todos e todas.